UMA REALIDADE ESCARLATE
Reflexões psicanalíticas acerca do luto na perspectiva da personagem Wanda Maximoff
Resumo
Freud se dispõe a falar do luto em seu escrito de nome Luto e Melancolia (1917 [1915]), mas o assunto perpassa a existência humana desde o momento em que nos deparamos com alguma mudança, um rompimento na relação, uma perda de um objeto no qual direcionamos nosso afeto; esse objeto, porém, não precisa ser necessariamente alguém ou sua respectiva catexia, variando desde perda de empregos, relações amorosas que findaram ou até uma catástrofe natural que retire a moradia do sujeito. Autores contemporâneos, como Dunker, acrescentam à visão freudiana de que o luto possui em sua essência variadas maneiras de ser vivido, inclusive evitando vive-lo. Dentre essas possibilidades, pode-se citar a sublimação, a fixação ou mesmo o luto infinito. Wanda Maximoff, da minissérie WandaVision, se mostra uma personagem passível de análise de sua vivência enquanto ser humano real e fictício, convivendo com a perda de entes queridos e de sua liberdade desde os primórdios de sua vida, demonstrando a presença vívida do luto. O trabalho aqui descrito pretende dissertar sobre o triângulo luto, psicanálise e a história da personagem principal da minissérie WandaVision, Wanda Maximoff. Para tal, autores como Freud, Lacan, Kübler-Ross e Dunker serão utilizados de modo a sustentar a análise da minissérie e suas referências ao contexto psicanalítico sobre o luto.