A SELVAGERIA DIAGNÓSTICA E SEUS ENTRELAÇOS: UM RECORTE ESCOLAR
Resumo
O diagnóstico precoce envolve a identificação antecipada de distúrbios e/ou doenças por meio da análise de sinais e sintomas, juntamente com a aplicação de testes ou exames sugestivos. No entanto, houve na atualidade uma expansão dos diagnósticos precoces psiquiátricos de maneira vertiginosa com vinculação às escolas, no intuito de justificarem questões comportamentais e/ou psíquicas ainda na primeira infância. A primeira infância, que compreende o período desde a concepção até os 6 anos de idade, é fundamental para o desenvolvimento da criança e é frequentemente marcada pela avaliação diagnóstica quando os padrões de desenvolvimento parecem se desviar da norma. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo questionar se a iminência atual da fabricação diagnóstica em prol de uma normatividade comportamental, soluciona as questões envolvidas ou apenas as nomeia/denomina, além de realizar uma breve discussão acerca da maneira em que os diagnósticos são produzidos em proveito de uma padronização. Para tanto, a metodologia utilizada para a pesquisa e escrita deste artigo foi uma revisão de literatura através de livros, revistas, sites, artigos, bases de dados e periódicos. Diante disso, a provocação persistente que necessita ressoar como reflexão e questionamento, para além desta pesquisa, é o lugar imperativo que o diagnóstico tem sido imposto na sociedade e na vida dessas crianças, bem como a relevância necessária da subjetividade e singularidade de cada criança ao abordar questões de saúde mental na primeira infância.