DIÁLOGOS ENTRE PSICANÁLISE E RELIGIOSIDADE

O celibato como possibilidade de sublimação

Resumo

O celibato divide opiniões, concordando ou discordando com tal escolha de vida, o fato é que existem pessoas que escolhem viver desta forma. Em termos gerais, consiste na permanência como pessoa solteira, sem envolvimento em relações românticas e sexuais, direcionando-se para outras atividades consideradas relevantes para si. Geralmente, a vivência do celibato encontra-se ligada às religiões e suas respectivas espiritualidades, dessa maneira, sendo parte integrante das produções culturais do ser humano ao longo do tempo. Psicanálise e celibato, a princípio, podem parecer excludentes, uma vez que a sexualidade é tema principal dos estudos psicanalíticos, desde Freud até os mais contemporâneos. Popularmente, expandiu-se a ideia de que a sexualidade está somente ligada ao ato sexual. No entanto, para a psicanálise, vale ressaltar que, por sexualidade humana, entende-se não somente o ato sexual, mas toda a vida psíquica do sujeito. A sublimação é o conceito psicanalítico que se encarrega de abarcar as atividades humanas que, em um primeiro momento, parecem não estar diretamente relacionadas com a sexualidade, como as produções culturais, artísticas e religiosas, por exemplo. O presente artigo dialoga entre celibato e psicanálise, sobretudo como possibilidade de sublimação, buscando uma interlocução entre o que o ser humano atribui como sublime e a sublimação, com base no conceito de pulsão e em seus possíveis destinos, postulados por Freud, além de se valer de outros autores importantes para a psicanálise.